Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies
Bahia
.
Por: Pesquisa Web
Agência da Caixa na Liberdade registrou aglomeração (Foto: Arisson Marinho/CORREIO).
1.2K Um estudo feito pela Rede Covida, ligada à Fiocruz-BA, estima que, se o isolamento social na Bahia for flexibilizado para as pessoas que não apresentam sintomas de covid-19, o resultado pode ser desastroso. Se o governo estadual decidisse permitir que as pessoas assintomáticas pudessem voltar às ruas neste momento, a taxa de transmissão da doença seria aumentada em 50%, segundo os pesquisadores.
Esta previsão leva em conta um estudo publicado na revista Science, que revelou que 80% dos infectados pelo coronavírus são assintomáticos. Ou seja, pessoas contaminadas que não sentem as complicações da covid-19 podem estar indo às ruas acreditando que não têm a doença.
E esta taxa de assintomáticos é um dos motivos por que o isolamento tem sido recomendado como forma de diminuir a disseminação do vírus pelo mundo. Nessa terça-feira (28), o governador Rui Costa ampliou por mais 15 dias o decreto de suspensão das aulas na rede pública estadual e deixou claro que essa possibilidade de flexibilização está descartada agora.
Na projeção dos pesquisadores, se o relaxamento das medidas fosse feito a partir do dia 27 de abril, isso provocaria, já na primeira semana de maio, um aumento de 75% no total de casos acumulados no estado e 23% no número de óbitos. Atualmente, o estado tem mais de 2,6 mil casos confirmados e 100 mortes pela doença, sendo que 62 óbitos foram em Salvador. O impacto no crescimento de infecções a partir da flexibilidade geraria ainda um aumento de 58% no número de leitos clínicos e 68% nos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Ou seja, os resultados apresentados indicam que a suspensão precoce das medidas de distanciamento social no estado pode levar a graves abalos, tanto nas necessidades de hospitalizações quanto no número de novos casos e, consequentemente, nas mortes.
Doutora em Matemática pela Universidade do Porto e uma das responsáveis pelo boletim da Rede Covida, Juliane Oliveira relata que num modelo de relaxamento do distanciamento social pode-se pensar que as pessoas que realmente precisam ficar isoladas são aquelas que estão apresentando sintomas da doença ou são grupo de risco, mas não é bem assim. Quem está assintomático pode contribuir para a disseminação do vírus.
Projeções
O estudo aponta ainda outras projeções alarmantes. O número de casos na Bahia poderá dobrar em apenas quatro dias. É esperado que no dia 4 de maio sejam registrados mais de 4,7 mil casos e 125 mortes. Num cenário pessimista, que é quando mais pessoas precisam de internação hospitalar, os óbitos neste dia podem chegar a 187.
Em Salvador, projeta-se 2,5 mil casos e 80 mortes também na mesma data. A situação deve se agravar a partir de 24 de maio, quando os pesquisadores prevêem a falta de leitos clínicos, seguida pela falta de leitos de UTI no dia 29 de maio. Os dados usados na pesquisa são fornecidos pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesab).
Para o médico do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/Ufba), Luis Eugênio Portela, apesar dos números, o estado ainda está numa situação em que tem margem para planejar um enfrentamento. “É possível acelerar a ampliação de leitos para que não venhamos a ter uma situação parecida com a que está ocorrendo em Manaus [AM]”, afirma.
No Amazonas já foram registrados mais de 4,8 mil casos e a capital do estado vive um drama: o sistema de saúde colapsou e já há uma média de 100 sepultamentos por dia. Para impedir que um cenário parecido seja visto aqui, os pesquisadores listaram seis recomendações para as administrações públicas:
Aglomerações nos bancos
O rompimento do confinamento recomendado tem sido visto diariamente em quase todo o país devido às liberações de saques dos benefícios governamentais nos bancos e casas lotéricas. As aglomerações de pessoas que dependem do auxílio financeiro para conseguir se manter em casa tem sido uma preocupação recorrente das autoridades.
A Caixa Econômica informou que os aplicativos móveis desenvolvidos pelo banco para o acompanhamento da situação do auxílio emergencial estão recebendo sobrecarga de acessos — mais da metade dos usuários que utilizaram o app não têm direito ao benefício. O inchaço presencial nas agências está diretamente ligado à falta de informação. Um outro levantamento do banco apontou somente uma a cada cinco pessoas que buscaram as agências físicas nesta última segunda-feira (27) tinham direito ao saque naquela data. Informações do Jornal Correio*
Bahia
Bahia
Bahia
Bahia